Frase da Semana: "Cidadão Kane"
- Kinogram
- 7 de mai. de 2018
- 2 min de leitura

"I don't think there's one word that can describe a man's life"
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"Eu não acho que exista uma palavra que possa descrever a vida de um homem"
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Neste último domingo (06/05), celebrou-se a data de nascimento do renomado ator, diretor e roteirista Orson Welles, que veio ao mundo há exatos 103 anos. Deixando-nos fisicamente aos 70 anos (em 1985), o legado de seus filmes e seus feitos certamente continuará a ser lembrado de forma reiterada nos cursos de Cinema e nas casas dos amantes da Sétima Arte, mesmo com obras talvez menos conhecidas como "O Estranho" (1946), "A Dama de Shanghai" (1947), "A Marca da Maldade" (1958) e "O Processo" (1962).
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Um talentoso pianista na infância, Welles sempre quis seguir o caminho das artes e foi com a famosa transmissão de "Guerra dos Mundos" (de H. G. Wells) em uma rádio em que trabalhava que ele encontrou o caminho para o sucesso, em um momento puramente cinematográfico. Ao narrar uma invasão alienígena como se fossem eventos reais, ele instaurou o pânico dos ouvintes, que acionaram a polícia de forma generalizada com medo do fim do mundo. Após esse inesperado show de entretenimento, ele recebeu da RKO um convite para fazer um filme próprio.
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Esse seu primeiro grande trabalho no Cinema foi logo "Cidadão Kane" (1941), um fracasso de bilheteria na época do lançamento. No entanto, a qualidade técnica e narrativa da obra foi agraciada com 9 indicações ao Oscar, recebendo apenas o (merecido) prêmio de Melhor Roteiro Original, entregue para o próprio Welles e para Herman J. Mankiewicz. Por cinco décadas, o filme foi creditado como o "melhor de todos os tempos" de acordo com a renomada revista "Sight & Sound", que faz uma pesquisa interna a cada 10 anos (em 2012, ele foi superado por "O Corpo Que Cai", de Hitchcock).
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Sendo ou não o melhor filme (uma escolha subjetiva para cada espectador), o que é inegável é o exercício pleno da arte de contar histórias de uma forma que Hollywood não tinha visto ainda. Misturando um pseudodocumentário (que abre o filme para introduzir os espectadores no mundo de Charles Foster Kane) com uma narrativa de ficção que tenta costurar a história do misterioso personagem-título através de flashbacks, não há de fato uma palavra única para descrever o filme (nem mesmo "Rosebud"), mas há sim um sentimento único de que Orson Welles já conseguiu assim de primeira entrar para a história do Cinema.⠀ ⠀





















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